O agronegócio brasileiro, um dos pilares da economia nacional, enfrenta desafios significativos que exigem respostas estratégicas e inovadoras. Com o aumento dos pedidos de recuperação judicial em 2024, o setor demonstra fragilidades que não podem ser ignoradas. A gestão eficaz de riscos, especialmente em um ambiente tão sujeito a variações climáticas e mercadológicas, se tornou uma prioridade urgente. Nesse contexto, a incorporação de tecnologias avançadas para otimizar a proteção das propriedades rurais desponta como uma necessidade imperativa.
Apesar de sua relevância, a cobertura de proteção contra perdas agrícolas ainda é pouco utilizada no país, ficando muito aquém de índices observados em nações desenvolvidas. Enquanto em lugares como os Estados Unidos, a quase totalidade das áreas agrícolas conta com esse respaldo, aqui o número é inferior a um décimo da extensão cultivada. Essa disparidade revela não só uma questão cultural, mas também lacunas no acesso à informação, infraestrutura e produtos adequados para a realidade do campo brasileiro.
A tecnologia desempenha papel crucial para transformar esse cenário. Soluções digitais capazes de mapear riscos climáticos, monitorar plantações em tempo real e analisar dados de forma precisa permitem a elaboração de produtos de proteção mais aderentes às necessidades dos produtores. Além disso, a digitalização dos processos facilita a adesão, reduz burocracias e torna o seguro mais acessível, aproximando o setor de um público que ainda enxerga barreiras para sua contratação.
O avanço tecnológico também abre espaço para o desenvolvimento de modelos personalizados, que levam em conta as peculiaridades regionais e os perfis de cada produtor. Com essa abordagem, torna-se possível minimizar perdas financeiras e garantir a continuidade das atividades rurais mesmo diante de adversidades. A integração entre dados climáticos, imagens de satélite e inteligência artificial promete revolucionar a forma como o risco é avaliado e administrado no campo.
Ao compreender e incorporar essas inovações, o setor rural pode aumentar sua resiliência frente aos impactos econômicos e ambientais. Isso se traduz não apenas em maior segurança para os agricultores, mas também em benefícios para toda a cadeia produtiva, garantindo a estabilidade do abastecimento e a sustentabilidade econômica. A proteção eficaz contra os riscos do campo fortalece o agronegócio e contribui para a segurança alimentar do país.
No entanto, a disseminação dessas soluções ainda enfrenta desafios, como a necessidade de investimentos em infraestrutura tecnológica e capacitação dos produtores. É fundamental que políticas públicas e iniciativas privadas caminhem juntas para ampliar o acesso e o conhecimento sobre as vantagens dessas ferramentas inovadoras. Somente assim será possível reduzir a vulnerabilidade do setor e assegurar seu crescimento sustentável.
A urgência em modernizar a gestão de riscos no agronegócio brasileiro é clara diante dos números alarmantes de insolvência. O futuro da proteção rural depende da capacidade de aproveitar as tecnologias que já estão disponíveis, transformando o seguro em um aliado estratégico para a sobrevivência e o sucesso no campo. Essa transformação representa uma oportunidade única para consolidar um setor mais forte e preparado para os desafios do presente e do futuro.
Portanto, o caminho para fortalecer a segurança no meio rural passa inevitavelmente pela inovação tecnológica. O momento exige ações concretas para que as ferramentas existentes sejam compreendidas e adotadas em larga escala, garantindo que o agronegócio brasileiro continue a prosperar. A integração entre tecnologia e proteção é uma estratégia que já está ao alcance e que pode fazer toda a diferença para o desenvolvimento do país.
Autor : Ksenia Orlova