Novos formatos de moradia: como o co-living e o co-housing impactam o mercado imobiliário e a política monetária

Ksenia Orlova By Ksenia Orlova 5 Min Read
Pablo Said destaca que co-living e co-housing redefinem o mercado imobiliário e exigem adaptação à política monetária.

Os novos formatos de moradia, como o co-living e o co-housing, têm ganhado espaço no Brasil, e, segundo Pablo Said, esses modelos estão redefinindo o mercado imobiliário e sendo diretamente influenciados pela política monetária. A busca por soluções habitacionais mais flexíveis, econômicas e socialmente integradas cresce especialmente em tempos de incerteza econômica e de juros elevados.

O que são co-living e co-housing e por que estão em alta

O co-living é um modelo habitacional baseado na ideia de moradia compartilhada, onde moradores dividem áreas comuns, mas mantêm espaços privados, reduzindo custos e promovendo convivência social. Já o co-housing vai além, envolvendo comunidades intencionalmente planejadas para criar vínculos fortes entre vizinhos, com decisões coletivas sobre o uso dos espaços e a gestão do local.

Essas soluções surgem como alternativas atraentes em grandes centros urbanos, onde o custo de vida é elevado. A crise sanitária e as mudanças no mundo do trabalho também impulsionaram a demanda por moradias mais adaptáveis, menos onerosas e com senso de comunidade. Pablo Said comenta que investidores começaram a perceber esses formatos não apenas como tendências passageiras, mas como novas oportunidades de negócio que podem oferecer bons retornos mesmo em ambientes econômicos mais restritivos.

O impacto dos juros nos novos modelos habitacionais

A política monetária tem influência direta na viabilidade do co-living e do co-housing. Em cenários de juros baixos, construtoras conseguem captar recursos mais baratos, facilitando investimentos em projetos inovadores e permitindo preços finais mais acessíveis. Contudo, Pablo Said analisa que, com a alta recente das taxas, o cenário se tornou mais desafiador, pressionando os custos das incorporações e elevando o preço das unidades.

Ademais, Pablo Said aponta que, mesmo com juros altos, há um público interessado em soluções que reduzam despesas fixas. Os novos formatos de moradia surgem como opção para quem precisa economizar, mas não quer abrir mão da qualidade de vida. Para investidores, isso cria nichos específicos, mas exige cautela e análise profunda do comportamento de demanda e da capacidade de absorção do mercado.

O co-living é tendência que alia economia compartilhada e novos investimentos, afirma Pablo Said.
O co-living é tendência que alia economia compartilhada e novos investimentos, afirma Pablo Said.

O perfil do público que busca co-living e co-housing

Quem escolhe o co-living ou o co-housing, em geral, valoriza experiências coletivas, flexibilidade e custos reduzidos. Jovens profissionais, estudantes e pessoas que buscam reduzir despesas para investir em outras prioridades formam o grupo que mais adere a essas modalidades. No entanto, há também famílias e aposentados que enxergam no co-housing uma maneira de ter segurança e socialização.

Pablo Said destaca que, para o mercado imobiliário, entender esse público é essencial. Esses consumidores têm preferências específicas, priorizam localizações estratégicas e serviços agregados, o que obriga incorporadoras e investidores a repensarem seus modelos de negócio. O sucesso neste nicho depende tanto de bom planejamento financeiro quanto de sensibilidade para captar as novas exigências sociais e culturais.

Desafios e oportunidades para incorporadoras e investidores

Apesar do crescimento, o co-living e o co-housing ainda enfrentam desafios, sobretudo regulatórios e culturais. Muitos municípios não possuem legislação específica para esses formatos, gerando insegurança jurídica. Adicionalmente, há resistência cultural de parte da população que ainda associa moradia compartilhada à falta de privacidade ou menor status social.

Pablo Said ressalta que, mesmo diante desses obstáculos, o cenário apresenta oportunidades. Investidores atentos podem encontrar nichos pouco explorados, com boa rentabilidade e baixo risco de vacância, especialmente em áreas urbanas densas ou próximas a polos universitários. Segundo ele, incorporar novos formatos de moradia ao portfólio pode ser uma estratégia interessante para diversificar investimentos e se proteger de ciclos econômicos adversos.

Perspectivas para o mercado imobiliário com novos formatos de moradia

As perspectivas para o mercado imobiliário envolvendo co-living e co-housing são positivas, ainda que repletas de desafios. À medida que a política monetária encontre estabilidade e os custos de financiamento diminuam, espera-se uma expansão maior desses modelos, tornando-os mais acessíveis ao público médio.

Por fim, Pablo Said frisa que os novos formatos de moradia representam não apenas uma tendência de consumo, mas uma resposta prática às transformações econômicas e sociais do mundo contemporâneo. Para ele, quem entender essas dinâmicas e souber se adaptar poderá colher bons frutos, mesmo em períodos de volatilidade econômica.

Autor: Ksenia Orlova

 

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