Entenda a importância do diagnóstico e manejo pré-natal por imagem em casos de teratomas pericárdicos fetais

Ksenia Orlova By Ksenia Orlova 5 Min Read
Dra. Thaline Neves Coutinho

A Dra. Thaline Hernandez das Neves Coutinho, fundadora da Clínica View, destaca a importância do diagnóstico precoce do teratoma pericárdico fetal, uma condição rara que pode comprometer a função cardíaca do bebê ainda no útero. O reconhecimento dessa patologia é essencial para o planejamento adequado do acompanhamento pré-natal e para a definição do momento e da forma de intervenção cirúrgica, garantindo melhores resultados ao nascimento. A ressonância magnética fetal (RMF) tem papel fundamental nesse processo, permitindo uma avaliação minuciosa da anatomia e do comportamento da massa tumoral.

Um caso real: como a imagem fetal foi decisiva

Recentemente, um caso acompanhado pela Dra. Thaline Hernandez das Neves Coutinho ilustra bem a complexidade e a importância do diagnóstico por imagem. A gestante foi inicialmente avaliada por uma médica da cidade, que identificou, por ultrassom, uma massa entre o pulmão e o coração do feto. Devido à incerteza diagnóstica, ela foi encaminhada para avaliação especializada com a Dra. Thaline Hernandez das Neves Coutinho, a única médica no estado que realiza ressonância magnética fetal.

Ao reavaliar o caso com ultrassonografia detalhada, a Dra. Thaline Hernandez das Neves Coutinho observou que a massa não parecia pulmonar, como inicialmente suspeitado, mas sim cardíaca. Após discussões com colegas e cardiologistas pediátricos, o diagnóstico por imagem foi refinado e indicou a presença de um teratoma pericárdico — um tumor localizado no saco pericárdico, membrana que envolve e protege o coração.

Esse tipo de tumor, embora geralmente benigno, pode crescer progressivamente, comprimir estruturas adjacentes e afetar a função cardíaca fetal. A Dra. Thaline Hernandez das Neves Coutinho explica que o aumento da massa pode causar derrame pericárdico e até tamponamento cardíaco, gerando arritmias, colapso pulmonar ou comprometimento hemodinâmico.

Diagnóstico por imagem: ressonância magnética fetal como aliada

A RM fetal foi essencial para avaliar a localização exata, tamanho e relação do tumor com estruturas vitais como pulmões, aorta e ramos supra-aórticos. Ao longo da gestação, o caso exigiu monitoramento frequente por ultrassonografia e ressonâncias seriadas. A equipe médica buscava sinais de comprometimento cardíaco e impacto funcional da massa tumoral, o que poderia indicar a necessidade de uma intervenção precoce.

Dra. Thaline Neves Coutinho
Dra. Thaline Neves Coutinho

O acompanhamento rigoroso mostrou que, apesar do crescimento do tumor, a função cardíaca fetal estava preservada, permitindo levar a gestação até o termo. A estratégia foi planejada por uma equipe multidisciplinar composta por obstetras, cardiologistas pediátricos, neonatologistas e cirurgiões cardíacos.

Cirurgia neonatal e confirmação diagnóstica

Com o nascimento planejado em ambiente hospitalar com estrutura de alta complexidade, o bebê foi encaminhado para cirurgia cardíaca no mesmo dia. O tumor foi removido com sucesso, e o exame anatomopatológico confirmou o diagnóstico de teratoma pericárdico. Embora esse tipo de tumor seja majoritariamente benigno, no caso específico foram identificadas algumas células com potencial de malignidade, o que reforça a importância do diagnóstico preciso e da intervenção oportuna.

Atualmente, o bebê tem alguns meses de vida, ganhou peso normalmente, está saudável e segue em acompanhamento clínico. A expectativa médica é positiva, com baixa probabilidade de recorrência do tumor.

Diagnóstico precoce muda o desfecho

Segundo a Dra. Thaline Hernandez das Neves Coutinho, o sucesso desse caso reforça o papel essencial da imagem fetal no diagnóstico e manejo de patologias raras e potencialmente graves. Sem a ressonância magnética, o diagnóstico poderia ter sido impreciso, e o manejo inadequado. A capacidade de diferenciar entre tumores torácicos, entender sua composição e acompanhar sua evolução muda completamente o prognóstico.

A ausência de diagnóstico precoce, por outro lado, pode levar a complicações severas como insuficiência cardíaca fetal, hidropisia e até óbito intrauterino. Por isso, a RMF se apresenta como ferramenta indispensável, especialmente em gestantes com achados ultrassonográficos inconclusivos ou complexos.

Tecnologia e equipe especializada salvam vidas

A abordagem multidisciplinar baseada em exames de imagem avançados, como a ressonância magnética fetal, permite decisões mais seguras e eficazes. A experiência da Dra. Thaline Hernandez das Neves Coutinho demonstra como a medicina fetal moderna, aliada à tecnologia e ao trabalho em equipe, oferece não apenas diagnósticos precisos, mas também oportunidades reais de salvar vidas antes mesmo do nascimento.

Autor: Ksenia Orlova

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